No final do mês de março, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou uma pesquisa em que 65,1% de quase 4 mil entrevistados responderam que mulheres que mostram o corpo “merecem ser atacadas” – dias depois o IPEA anunciou que esse percentual era, na realidade, 26%. Outros 58,5% dos entrevistados concordaram com a frase “Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Para quase dois terços de quem foi ouvido na pesquisa, segundo a versão inicial do levantamento, as vítimas são culpadas.
A notícia sobre a pesquisa causou forte polêmica nas redes sociais, o que motivou mulheres conhecidas e desconhecidas a publicarem suas fotos com a seguinte frase: “eu não mereço ser estuprada”.
Em Macaé, funcionárias da 123ªDP/Delegacia de Macaé e do Centro de Referência da mulher, com o apoio da OAB-Macaé resolveram aderir ao movimento, não pelo resultado divulgado erroneamente na mídia, que mais tarde foi corrigido, mas pela repercussão negativa que a pesquisa trouxe nas redes sociais, pois isso não tem nada a ver com sexo e sim com machismo e violência. Acreditamos que a roupa ou o comportamento da mulher não deve servir de justa causa para o ataque a que se refere à pesquisa. No Facebook, pessoas compartilhavam piadas sobre estupro, grupos machistas fizeram montagens com fotos das participantes da campanha com o objetivo de expô-las e ridicularizá-las. A própria organizadora da campanha, a jornalista Nana Queiroz, passou a sofrer ameaças de agressão e estupro.
A presidente Dilma Rousseff também manifestou apoio à campanha e o movimento foi noticiado inclusive na imprensa internacional.
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