O município de Rio das Ostras foi surpreendido com
bloqueio de R$ 16.359.390,32 milhões de reais, cerca de 92% da parcela de
Royalties recebida no último dia 10 de fevereiro, para recomposição do fundo garantidor
da Parceria Público-Privado firmada com a empresa Odebrecht no ano de 2007. A
investida contra os recursos públicos que seriam utilizados para cumprir
obrigações urgentes da municipalidade, é
decorrente de ato unilateral e não autorizado praticado pelo Banco do Brasil,
instituição financeira que é gestora do fundo da PPP. O bloqueio feito pelo
Banco do Brasil nas contas do município, que em princípio teria por objetivo
recompor o fundo garantidor da PPP, prejudica diretamente a capacidade de investimento
da prefeitura, já afetada com as sucessivas perdas nos repasses de royalties de
petróleo, e ainda o cumprimento de obrigações voltadas ao funcionamento
adequado dos serviços essenciais de saúde, educação e segurança pública. A
medida adotada pela instituição financeira, após severa pressão da empreiteira
Odebrecht, na ótica dos técnicos da Administração, revela a inviabilidade do
modelo implantado com a assinatura do contrato no ano de 2007 e impõe, na atual
conjuntura, a adoção de medidas para fazer cessar a ocorrência de eventos como
esse, que são contrários ao interesse público. Na perspectiva do governo
municipal não há justificativa que ampare o bloqueio feito pelo Banco do
Brasil, o que inviabiliza a manutenção da relação com esta instituição. Se a
Parceria Público-Privada de Rio das Ostras já colecionava uma série de fatos
relevantes contrários à sua manutenção, o desautorizado bloqueio a pedido da
empreiteira acelerou a tomada de decisões da Administração tanto em relação ao
contrato e a sua viabilidade, quanto em relação ao Banco do Brasil, instituição
que vem gerindo o fundo garantidor da PPP. Tudo indica que, nos próximos dias,
uma série de medidas administrativas e judiciais serão apresentadas, com o
objetivo de aliviar o município da obrigação mensal assumida com a assinatura
da PPP, possibilitando o reequilíbrio das finanças, a recuperação da capacidade
de investimento e a manutenção do adequado atendimento ao cidadão nas áreas de
saúde, educação, bem-estar, meio ambiente, segurança pública e demais serviços
públicos.
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